Prezados,
Nesta postagem disponibilizamos os links para os livros "Educação e mudança" < http://www.slideshare.net/nfraga/paulo-freire-educao-e-mudana > e "Pedagogia da autonomia" < http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/ater/livros/Pedagogia_da_Autonomia.pdf >, ambos de autoria do Paulo Freire. 
Abaixo, postagem da parte 1 do capítulo 2 de "Pedagogia da autonomia", considerado em aula:
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2.1. Ensinar exige consciência do inacabamento
Como professor crítico, sou um "aventureiro" responsável, predisposto à 
mudança, à aceitação diferente. Nada do que experimentei em minha atividade 
docente deve necessariamente repetir-se. Repito, porém, como inevitável, a 
franquia de mim mesmo, radical, diante dos outros e do mundo. Minha franquia 
ante os outros e o mundo mesmo é a maneira radical como me experimento enquanto 
ser cultural, histórico, inacabado e consciente do inacabamento. 
Aqui 
chegamos a ponto de que talvez devêssemos ter partido. O do inacabamento de ser 
humano. Na verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da 
experiência vital. Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens 
o inacabamento se tornou consciente. A invenção da existência a partir dos 
materiais que a vida oferecia levou homens e mulheres a promover o suporte em 
que os outros animais continuam, em mundo. Seu mundo, mundo dos homens e das 
mulheres. A experiência humana no mundo muda de qualidade com relação à vida 
animal no suporte. O suporte é o espaço, restrito ou alongado, a que o animal se 
prende "afetivamente" tanto quanto para resistir, é o espaço necessário a seu 
crescimento e que delimita seu domínio. É o espaço em que, treinando, adestrado, 
"aprende" a sobreviver, a caçar, a atacar, a defender-se num tempo de 
dependência dos adultos imensamente menos do que é necessário ao ser humano para 
as mesmas coisas. Quanto mais cultural é o ser maior a sua infância, sua 
dependência de cuidados especais. Faltam ao "movimento" dos outros animais no 
suporte a linguagem conceitual, a inteligibilidade do próprio suporte de que 
resultaria inevitavelmente a comunicabilidade do inteligido, o espanto diante da 
vida mesma, do que há nela de mistério. No suporte, os comportamentos dos 
indivíduos têm sua explicação muito mais na espécie a que pertencem os 
indivíduos do que neles mesmos. Falta-lhes liberdade de opção. Por isso, não se 
fala em ética entre os elefantes. 
A vida no suporte não implica a linguagem 
nem a postura ereta que permitiu a liberação das mãos. Mãos que, em grande 
medida, nos fizeram. Quanto maior se foi tornando a solidariedade entre mentes e 
mãos, tanto mais o suporte foi virando mundo e a vida, existência. O suporte 
veio fazendo-se mundo e a vida, existência, na proporção que o corpo humano vira 
corpo consciente, captador, apreendedor, transformador, criador de beleza e não 
"espaço" vazio a ser enchido por conteúdos. 
A invenção da existência 
envolve, repita-se, necessariamente, a linguagem, a cultura, a comunicação em 
níveis mais profundos e complexos do que o que ocorria e ocorre no domínio da 
vida, a "espiritualização" do mundo, a possibilidade de embelezar como enfear o 
mundo e tudo isso inscreveria mulheres e homens como seres éticos. Capazes de 
intervir no mundo, de comparar, de ajuizar, de decidir, de romper, de escolher, 
capazes de grandes ações, de dignificantes testemunhos, mas capazes também de 
impensáveis exemplos de baixeza e de indignidade. Só os seres que se tornam 
éticos podem romper com a ética. Não se sabe de tigres africanos que tenham 
jogado bombas altamente destruidoras em "cidades" de tigres asiáticos. 
No 
momento em que os seres humanos, intervindo no suporte, foram criando o mundo, 
inventando a linguagem, com que passaram a dar nome às coisas que faziam com a 
ação sobre o mundo, na medida em que se foram habilitando a inteligir o mundo e 
criaram por conseqüência a necessária comunicabilidade do inteligido, já não foi 
possível existir a não ser disponível à tensão radical e profunda entre o bem e 
o mal, entre a dignidade e indignidade, decência e o despudor, entre boniteza e 
a feiúra do mundo. Quem dizer, já não foi possível existir sem assumir o direito 
e o dever de optar, de decidir, de lutar, de fazer política. E tudo isso nos 
traz de novo à imperiosidade da prática formadora, de natureza eminentemente 
ética. E tudo isso nos traz de novo à radicalidade de esperança. Sei que as 
coisas podem até piorar, mas sei também que é possível intervir para 
melhorá-las. 
Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como 
certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei 
sempre gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que 
não mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo me 
incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha 
passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu "destino" não 
é um dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me 
eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de 
cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí 
que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade.
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Sem mais,
Gabriel.
o que eu aprendi!
ResponderExcluirCada um de nos já temos nossas caracteristica pessoais,um exemplo de uma professora timida, ela nunca sera de brincar ou ate mesmo dar alguma oportunidade para o aluno brincar com a mesma.O profesor trabalha com visâo de mundo,daqui alguns anos nao será o mesmo que hoje,o Professor é um ser inacabado.Nos seres humanos a partir do momento que é gerado ele depende para se alimentar, qndo nasce é outro processo , é alimentar-se,trocar uma fralda,um banho e etc..depois vem a parte do engatinhar,primeiros passos .O ser humano tem possibilidade de escolhas, e os animais nao tem!
Carla Rios
Encaro as mudanças as vezes de forma assustadora,se pensarmos que até pouco tempo atrás a tecnologia era precaria ou nem existia em muitos lugares,que tinhamos que ir até uma biblioteca ler varios exempleres pera fazer um trabalho e hoje só com um clique esta feito em fraçao de segundos.
ResponderExcluircomo estamos sempre em constante mudança,o que me serve hoje,amanhã ja é velho,procuro estar sempre antenada as novas tecnologias,pois o mundo nos remete a isso ou seremos excluidos da nação.E isso é muito importante para o papel do professor,pois a ele nos cabe um grande poscentagem de nossas vidas,com ele aprendemos o que hoje somos intelectualmente.E o papel do professor é justamente isso estar sempre a frente para poder passar pros alunos de forma simples e resguardada,mas amparada na rapiez que o mundo gira e necessita.
nome:michele araujo RA: 1221181
o que aprendi é que o ser humano é o único inacabado, todavia os recursos naturais são limitados desta forma o homem, sendo assim quanto mais culto o homem mais limitado ele fica uma criança demora meses para engatinhar já um cavalo ou outros animais devido sua irracionalidade são obrigados a sobreviver, o ser racional é extremamente dependente o que leva o mesmo a repetir os atos em sua volta, é claro que existem exceções a regra, porem o homem é fruto do meio em que vive o cotidiano em que ele é inserido ira moldar seu caráter modo de pensar e ser por esta razão somos inacabados, temos livre arbítrio e podemos ser o que quiser grande ou pequeno tudo depende do tamanho dos nossos sonhos pois o homem inacabado é do tamanha do seu sonho.
ResponderExcluirJaime da C. Junior
O que aprendi?
ResponderExcluirA conclusão indubitável que tenho é a necessidade de aceitar a renovação, o diferente, a mudança. Tudo é inacabado e passível de mudanças. Uma interferência nas coisas para tentar melhorá-las, temos o direito e dever de melhorar. Ter consciência do que se aprende hoje, amanhã pode estar mais completo tudo evolui e tudo se transforma.
Esse processo de evolução constante nos capacita a ir além sempre, independente de suas crenças e realidade cultural. Somos autônomos de tudo, e também de nós mesmos.
Raphael Telini
RA 1224646
Acredito que desde os primórdio ate hoje estamos em metamorfose,por sermos seres inacabados e inconcluso.Essa metamorfose é física cultural e moral...tudo muda o tempo todo por isso temos que acompanhar as mudanças e estar atualizado sempre.Estar aberto a tudo e todos principalmente a novas tecnologias,a vida está sempre em movimento de você estacionar ficará para trás,assim acontece com o professor que não consegue se adaptar as mudanças que o tempo tem trazido.
ResponderExcluirlucimara baule monteiro ra 1223981 turma b letras